segunda-feira, outubro 16, 2006

Afinidade


Não é o mais brilhante,
mas é o mais subtil, delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência,os adiantamentos,
a distância, as impossibilidades.
Quando há AFINIDADE, qualquer reencontro retoma
a relação, o diálogo, a conversa, o afecto,
no exacto ponto de onde foi interrompido.
AFINIDADE é não haver tempo mediante a vida.
É a vitória do adivinhado sobre o real, do subjectivo sobre o objectivo,
do permanente sobre o passageiro, do básico sobre o superficial.
Ter AFINIDADE é muito raro, mas quando ela existe,
não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Ela existia antes do conhecimento, irradia durante
e permanece depois que as pessoas deixam de estar juntas.

AFINIDADE é ficar longe, pensando a respeito dos mesmos factos que
impressionam, comovem, sensibilizam.

AFINIDADE é receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao entendimento.

AFINIDADE é sentir com...
Nem sentir contra, sem sentir para...
Sentir com e não ter necessidade de explicação do que está sentindo.
É olhar e perceber.

AFINIDADE é um sentimento singular, discreto e independente.
Pode existir a quilómetros de distância, mas é adivinhado na maneira de
falar, de escrever, de andar, de respirar.....

AFINIDADE é retomar a relação no tempo em que parou.
Porque ele (tempo) e ela (separação) nunca existiram.
Foi apenas a oportunidade dada (tirada)pelo tempo
para que a maturação pudesse ocorrer e que cada pessoa pudesse ser cada vez mais.

(Artur da Távola)

2 Comments:

At 11:38 da manhã, Blogger Luna said...

Sem dúvida uma grande verdade...a "afinidade" é um dos pilares nas nossas relações...a "afinidade" não se pode inventar..ou ela existe..ou simplesmente não existe...desejo muita "afinidade" com todos que te rodeiam...jinhos

 
At 9:56 da tarde, Blogger Escuta o teu mundo... said...

A afinidade só se pode escrever a dois...
Gostei, aquele abraço.

 

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